Riscos para 2019
Ao contrário do que se diz, não me parece que o populismo extremado tenha expressão em Portugal. Mesmo quando se conta com um ou outro político que recentemente quis tomar esse nicho, à parte do populismo light da geringonça, o fantasma do populismo ainda está à margem. As vantagens de sermos um povo de brandos costumes. Isso não impede aos “do sistema” de entrar na retórica desse fantasma. É algo que se deve aprender em introdução do populismo: Criar um inimigo externo!
Em Portugal identifico três riscos que considero muito mais perigosos. O primeiro pela sua persistência na vida política portuguesa, o segundo por serem o quarto poder e o terceiro pela sua crescente presença no léxico político.
O primeiro risco é a aprofundada cartelização dos partidos com assento parlamentar, nos últimos 40 anos. A lei do financiamento dos partidos é um sinal claro disso, com alterações praticamente consensuais. Deputados que partilham senhas e mentem sobre moradas não são exonerados. Não são só as unhas que precisam de verniz novo, é o funcionamento do Parlamento que precisa de uma reestruturação profunda. Desde que temos democracia em Portugal que as barreiras à entrada e crescimento de novos partidos não eram tão altas!
Adiciona-se a isto os casos de corrupção política e ineficácia dos serviços públicos. Como pode a confiança dos cidadãos nos seus políticos não se degradar? Aliás, como se nota pela abstenção. Aí concordo com o Presidente! VOTEM… Mas votem noutros, ou acaba sempre no mesmo. Como se costuma dizer “fazer o mesmo várias vezes e esperar resultados diferentes é a definição de loucura”. Nós portugueses andamos loucos há 40 anos, mas não somos tolos, como diz um amigo meu. Será que o PAN foi o início do fim da loucura?
O segundo risco é a própria Comunicação Social, que dá pouca ou nenhuma importância aos novos partidos. Viu-se no espetáculo mediático dado à criação do Aliança. Um partido que não traz nada de novo, com um líder do sistema. Na fundação do Iniciativa Liberal nem a Lusa apareceu! Umas notícias publicadas, alguns jornais mais atentos. Nada de televisão, nada de rádio. O mesmo se passa com os outros partidos sem assento parlamentar. Ou fazem coisas estranhas, perdendo credibilidade, ou ninguém lhes liga, perdendo notoriedade.
Aqui era importante o Presidente dar mais atenção e tempo de antena aos partidos pequenos, alternativas ao cartel do parlamento, que o cartel já mostrou não ser confiável.
O terceiro risco é o que tem vindo a crescer mais. O desrespeito sobre a propriedade privada. O Estado português consome perto de 50% do que a economia produz. Continua a engordar, uma espécie de nacionalização da nossa produção e rendimentos. Assim se vai limitando a liberdade e independência do cidadão. A propriedade privada e independência do cidadão são basilares em democracia, mas andam a tratar as propostas do Bloco e da ala esquerda do PS como se fossem razoáveis. Uma democracia sem claros direitos à propriedade privada é uma democracia que não resolve os seus problemas e que caminha para a venezuelização!
Em Portugal, a Democracia precisa de menos Estado e de mais Liberdade. Os nossos políticos, os mesmos de 4 décadas, só sabem pensar em soluções que aumentam a presença do Estado na economia e a sua influência sobre os cidadãos.
O meu voto sempre foi para o partido que se comprometia a diminuir a presença do Estado, para que eu possa ser mais livre. Este ano esse partido é o Iniciativa Liberal.
Pedro Antunes, Empresário e Fundador da Iniciativa Liberal
Sábado, 11 de Janeiro de 2019