Rodrigo Saraiva, 13 de Dezembro de 2018
O protesto é uma arma da democracia, mas deve estar ligado directamente ao voto e não à violência. Sejamos todos Robin dos Bosques contra o saque fiscal. Há uma diferença entre o imposto e o esbulho.
De forma directa ou encapotada, entre impostos e pseudo taxas e tarifas, os governos, o central e os locais, vão demonstrando a sua criatividade para, não sejamos meigos, ir ao bolso de todos nós. Ao bolso do cidadão, ao bolso do empreendedor e ao bolso das empresas.
Como se não fosse suficiente o elevado peso fiscal no recibo de vencimento, a cada acção do dia-a-dia lá levamos com mais fisco. Somos saqueados ao acender a luz em casa. Saqueados ao comprar pão e outros bens essenciais. Somos saqueados ao comprar um carro, e literalmente pilhados ao abastecê-lo de combustível. E quem procura alternativas encontra serviços em ruptura ou descoordenados. Mas há quem nem alternativas tenha, ficando refém dos saqueadores fiscais. É saqueado o cidadão e são saqueadas as empresas, que viram em 2018 Portugal alcançar o 2º lugar nos países europeus com taxa de IRC mais elevada.
Crescemos todos a ouvir a história de Robin dos Bosques como alguém que retirava aos ricos para dar aos pobres, quando na verdade Robin e os seus companheiros lutavam contra o saque fiscal e a cobrança excessiva de impostos, para devolver o dinheiro aos contribuintes, nomeadamente aos pequenos empresários locais, que mais sofriam com os raides dos saqueadores, travestidos de cobradores de impostos.
Está na altura de pegar nas armas que temos e sermos todos Robins. Se na floresta de Sherwood utilizavam o arco e a flecha, vivendo nós em democracia, utilizemos a caneta e o boletim de voto. A arma da revolução do nosso tempo é o voto.
Em França assistimos nos últimos dias à revolta da população, no simbolismo dos coletes amarelos. Mas aquilo que começou como um movimento orgânico de cidadãos que não procurava acção violenta, rapidamente foi tomado de assalto por radicalismos, assistindo-se em Paris, e em Bruxelas também, a vandalismo gratuito.
O protesto é também uma arma da democracia, mas deve estar ligado directamente ao voto e não à violência. Sejamos todos Robin dos Bosques, contra o saque fiscal. Tendo iniciativa, participando, protestando pacificamente se necessário e, sobretudo, votando. Contra os imitadores contemporâneos do Xerife de Nottingham. A favor daqueles que saibam estabelecer uma diferença entre o imposto e o esbulho.
Fundador da Iniciativa Liberal