{"id":7565,"date":"2019-03-05T10:54:45","date_gmt":"2019-03-05T10:54:45","guid":{"rendered":"https:\/\/iniciativaliberal.pt\/?p=7565"},"modified":"2019-03-08T12:10:07","modified_gmt":"2019-03-08T12:10:07","slug":"opiniao-antonio-lucio-baptista-adse-o-sonho-de-um-liberal","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/iniciativaliberal.pt\/opiniao-antonio-lucio-baptista-adse-o-sonho-de-um-liberal\/","title":{"rendered":"Opini\u00e3o – Ant\u00f3nio L\u00facio Baptista – ADSE – o sonho de um liberal"},"content":{"rendered":"

A ADSE \u00e9 um “seguro p\u00fablico”, estruturado segundo o modelo do chamado “Managed Care”, financiado na sua totalidade pelos seus benefici\u00e1rios. Com uma excelente rela\u00e7\u00e3o pre\u00e7o\/qualidade e com potencial para ser ampliado a toda a popula\u00e7\u00e3o necessita, na minha opini\u00e3o, apenas de algumas modifica\u00e7\u00f5es.<\/span><\/p><\/blockquote>\n

Qual seria o sistema de sa\u00fade ideal? Numa perspectiva liberal, seria um sistema que disponibilizasse seguros de sa\u00fade a toda a popula\u00e7\u00e3o e que permitisse uma completa liberdade de escolha do m\u00e9dico e das institui\u00e7\u00f5es onde o cidad\u00e3o se pretende e procura tratar.<\/p>\n

Ser\u00e1 ut\u00f3pico sonhar com este tipo de sistema em Portugal, dada a carga ideol\u00f3gica que atualmente caracteriza a \u00e1rea da sa\u00fade no nosso pa\u00eds? Pois n\u00e3o s\u00f3 n\u00e3o seria ut\u00f3pico como, de facto, tal sistema j\u00e1 existe, requerendo apenas moderniza\u00e7\u00e3o e adapta\u00e7\u00e3o ao s\u00e9culo XXI – estou a falar da ADSE.<\/p>\n

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A ADSE \u00e9 um “seguro p\u00fablico”, estruturado segundo o modelo do chamado “Managed Care”, financiado na sua totalidade pelos seus benefici\u00e1rios, que manifestam vontade de o manter. Com uma excelente rela\u00e7\u00e3o pre\u00e7o\/qualidade e com potencial para ser ampliado a toda a popula\u00e7\u00e3o necessita, na minha opini\u00e3o, apenas de algumas modifica\u00e7\u00f5es. E que altera\u00e7\u00f5es s\u00e3o essas? Em primeiro lugar, a ADSE carece de descentraliza\u00e7\u00e3o, isto \u00e9, de se tornar mais flex\u00edvel e de passar a ter uma maior participa\u00e7\u00e3o dos seus benefici\u00e1rios na sua gest\u00e3o (a exemplo do que se verifica na Alemanha, com a gest\u00e3o participada). Adicionalmente, a ADSE poderia ainda contratar, com algumas seguradoras, a gest\u00e3o da sua carteira de benefici\u00e1rios introduzindo concorr\u00eancia no mercado. Os benefici\u00e1rios poderiam depois, pura e simplesmente, optar pela seguradora que mais lhes conviesse. Do lado dos prestadores, por sua vez, seria ben\u00e9fico ampliar o leque da oferta, nomeadamente, mais m\u00e9dicos em exerc\u00edcio liberal, pequenas cl\u00ednicas de ambulat\u00f3rio e o setor social, num processo transparente que evitasse a carteliza\u00e7\u00e3o oligop\u00f3lica.<\/p>\n

No atual contexto, o confronto entre a ADSE e os grandes grupos econ\u00f3micos da sa\u00fade mais parece uma luta de tit\u00e3s, entre um monop\u00f3lio estatal (ADSE) e um oligop\u00f3lio privado (os grandes grupos da sa\u00fade). Esta situa\u00e7\u00e3o perniciosa e geradora de conflitos seria de todo evitada atrav\u00e9s, como j\u00e1 referi, de um conjunto inovador de reformas descentralizadoras e flex\u00edveis que originariam uma abertura do mercado.<\/p>\n

Estas pol\u00edticas abertas, a toda a popula\u00e7\u00e3o que o desejasse, trariam grandes benef\u00edcios, como a liberdade de escolha, a aus\u00eancia de listas de espera para consultas e cirurgias, e, consequentemente, menos sofrimento e ansiedade para os doentes.<\/p>\n

As poupan\u00e7as para o or\u00e7amento de estado seriam consider\u00e1veis, pois n\u00e3o devemos esquecer que o custo per capita de um benefici\u00e1rio da ADSE \u00e9 muito inferior ao de um utente do Servi\u00e7o Nacional de Sa\u00fade.<\/p>\n

Portugal mudou muito desde 1997. J\u00e1 ningu\u00e9m passa sem um smartphone e, de uma vez por todas, sejamos realistas: os recursos do Estado n\u00e3o s\u00e3o ilimitados. Antes pelo contr\u00e1rio. S\u00e3o limitados e completamente dependentes de cobran\u00e7a de impostos. Se \u00e9 poss\u00edvel ajudar o Estado a “aliviar” a carga fiscal dos cidad\u00e3os, porque n\u00e3o faz\u00ea-lo? Assim, tamb\u00e9m neste caso, liberalizar \u00e9 poupar!<\/p>\n

Ant\u00f3nio L\u00facio Baptista<\/strong>,\u00a0M\u00e9dico Especialista – membro da equipa “Portugal 2040” Iniciativa Liberal<\/em><\/p>\n

Jornal de Neg\u00f3cios, 5 de Mar\u00e7o de 2019<\/a><\/p>\n<\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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