{"id":7845,"date":"2019-03-23T13:44:25","date_gmt":"2019-03-23T13:44:25","guid":{"rendered":"https:\/\/iniciativaliberal.pt\/?p=7845"},"modified":"2019-04-26T18:56:50","modified_gmt":"2019-04-26T18:56:50","slug":"discurso-de-carlos-guimaraes-pinto-presidente-do-partido-iniciativa-liberal-na-apresentacao-do-movimento-5-7","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/iniciativaliberal.pt\/discurso-de-carlos-guimaraes-pinto-presidente-do-partido-iniciativa-liberal-na-apresentacao-do-movimento-5-7\/","title":{"rendered":"Discurso de Carlos Guimar\u00e3es Pinto, Presidente do partido Iniciativa Liberal, na apresenta\u00e7\u00e3o do Movimento 5.7."},"content":{"rendered":"<p>[et_pb_section admin_label=&#8221;section&#8221;]<br \/>\n\t\t[et_pb_row admin_label=&#8221;row&#8221;]<br \/>\n\t\t\t[et_pb_column type=&#8221;4_4&#8243;][et_pb_text admin_label=&#8221;Text&#8221;]<iframe loading=\"lazy\" title=\"Discurso de Carlos Guimar\u00e3es Pinto, Presidente da IL, na apresenta\u00e7\u00e3o do Movimento 5.7.\" width=\"500\" height=\"281\" src=\"https:\/\/www.youtube.com\/embed\/k8fWH5vGCsg?feature=oembed\" frameborder=\"0\" allow=\"accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture; web-share\" referrerpolicy=\"strict-origin-when-cross-origin\" allowfullscreen><\/iframe><\/p>\n<blockquote><p><strong>&#8220;Pese embora estar certo de que n\u00e3o sou de esquerda, que os meus maiores advers\u00e1rios pol\u00edticos em Portugal est\u00e3o todos \u00e0 esquerda, dificilmente um liberal se sentir\u00e1 confort\u00e1vel em afirmar-se de direita num pa\u00eds que nos habituou a ver a direita como socialista e conservadora.&#8221;<\/strong><\/p><\/blockquote>\n<blockquote><p><strong>&#8220;Num pa\u00eds que viu a direita cavalgar as causas erradas, mm que tivesse certas para defender. Foi a direita que no princ\u00edpio deste s\u00e9culo andava a defender a pris\u00e3o de toxicodependentes enquanto o governo ia preparando a maior dose de investimento p\u00fablico improdutivo da hist\u00f3ria.&#8221;<\/strong><\/p><\/blockquote>\n<blockquote><p><strong>&#8220;Foi a direita que em 2005 quis cavalgar um rumor, apostando na homofobia do eleitorado, mas tudo o que conseguiu foi dar uma maioria absoluta ao pior primeiro-ministro de que h\u00e1 mem\u00f3ria que alegadamente controlava j\u00e1 a maior rede de corrup\u00e7\u00e3o no espa\u00e7o pol\u00edtico portugu\u00eas.&#8221;<\/strong><\/p><\/blockquote>\n<blockquote><p><strong>&#8220;Foi a direita que fez um cavalo de batalha da proibi\u00e7\u00e3o do casamento entre pessoas do mesmo sexo, passou mais de um ano a discuti-la enquanto que um governo alegadamente corrupto tomava conta de bancos, empresas e \u00f3rg\u00e3os de comunica\u00e7\u00e3o social.&#8221;<\/strong><\/p><\/blockquote>\n<blockquote><p><strong>&#8220;Foi uma direita que se afirmou defensora dos contribuintes, mas que n\u00e3o hesitou em lan\u00e7ar o maior aumento de impostos de sempre quando, como se veio a provar, ainda havia despesa p\u00fablica para cortar.&#8221;<\/strong><\/p><\/blockquote>\n<blockquote><p><strong>&#8220;\u00c9 esta direita que hoje compete o BE para ser a muleta de um governo PS, com as mesmas pessoas que levaram o pa\u00eds \u00e0 fal\u00eancia, tal \u00e9 a fome de poder e rapar um pouquinho do tacho.&#8221;<\/strong><\/p><\/blockquote>\n<blockquote><p><strong>&#8220;Foi uma direita que entregou de bandeja a superioridade moral \u00e0 esquerda, que perdeu uma gera\u00e7\u00e3o de jovens com instintos liberais para o Bloco de Esquerda.&#8221;<\/strong><\/p><\/blockquote>\n<blockquote><p><strong>&#8220;O espa\u00e7o n\u00e3o socialista n\u00e3o pode voltar a cometer o mesmo erro. N\u00e3o pode entregar de bandeja outra gera\u00e7\u00e3o \u00e0 esquerda. Tem que saber desta vez escolher as causas certas.&#8221;<\/strong><\/p><\/blockquote>\n<blockquote><p><strong>&#8220;Se a direita passar os pr\u00f3ximos 20 anos mais preocupada em limitar liberdades individuais do que a garantir a liberdade econ\u00f3mica, passar\u00e1 mais 20 anos de crise. E o pa\u00eds tamb\u00e9m. N\u00f3s, os liberais, n\u00e3o o faremos.&#8221;<\/strong><\/p><\/blockquote>\n<p>J\u00e1 vi este movimento ser apresentado de duas formas: como um movimento de uni\u00e3o das direitas e como um movimento de uni\u00e3o do espa\u00e7o n\u00e3o-socialista. Eu prefiro dizer que \u00e9 um movimento do espa\u00e7o n\u00e3o-socialista. Eu, como muitos liberais, n\u00e3o me gosto de afirmar de direita (nem de esquerda, nem de centro, note-se). Pese embora estar certo de que n\u00e3o sou de esquerda, que os meus maiores advers\u00e1rios pol\u00edticos em Portugal est\u00e3o todos \u00e0 esquerda, dificilmente um liberal se sentir\u00e1 confort\u00e1vel em afirmar-se de direita num pa\u00eds que nos habituou a ver a direita como socialista e conservadora. Num pa\u00eds que viu a direita cavalgar de forma permanente as causas erradas, mesmo que tivesse outras certas para defender. Foi a direita que no princ\u00edpio deste s\u00e9culo andava a defender a pris\u00e3o de toxicodependentes enquanto o governo ia preparando a maior dose de investimento p\u00fablico improdutivo da hist\u00f3ria. Foi a direita que em 2005 quis cavalgar um rumor, apostando na homofobia do eleitorado, mas tudo o que conseguiu foi dar uma maioria absoluta ao pior primeiro-ministro de que h\u00e1 mem\u00f3ria que alegadamente controlava j\u00e1 a maior rede de corrup\u00e7\u00e3o no espa\u00e7o pol\u00edtico portugu\u00eas de que h\u00e1 mem\u00f3ria. Foi a direita que fez um cavalo de batalha da proibi\u00e7\u00e3o do casamento entre pessoas do mesmo sexo, passou mais de um ano a discuti-la enquanto que um governo alegadamente corrupto tomava conta de bancos, empresas e \u00f3rg\u00e3os de comunica\u00e7\u00e3o social. Foi uma direita que se afirmou defensora dos contribuintes, mas que n\u00e3o hesitou em lan\u00e7ar o maior aumento de impostos de sempre quando, como se veio a provar, ainda havia despesa p\u00fablica para cortar. \u00c9 esta direita que hoje compete o BE para ser a muleta de um governo PS, com as mesmas pessoas que levaram o pa\u00eds \u00e0 fal\u00eancia, tal \u00e9 a fome de poder e rapar um pouquinho do tacho. Foi uma direita que entregou de bandeja a superioridade moral \u00e0 esquerda, que perdeu uma gera\u00e7\u00e3o de jovens com instintos liberais para o Bloco de Esquerda. Quando um jovem com \u00edmpetos liberais tem 18 anos, n\u00e3o paga impostos nem \u00e9 afectado pela burocracia, exprime o seu desejo de liberdade defendendo as suas liberdades de comportamento. E durante anos viu no Bloco de Esquerda e no PS, os partidos mais iliberais do espectro pol\u00edtico portugu\u00eas, os defensores das suas liberdades. O espa\u00e7o n\u00e3o socialista n\u00e3o pode voltar a cometer o mesmo erro. N\u00e3o pode entregar de bandeja outra gera\u00e7\u00e3o \u00e0 esquerda. Tem que saber desta vez escolher as causas certas. E quais s\u00e3o essas causas?<\/p>\n<p>Estamos h\u00e1 20 anos estagnados. Caminhamos rapidamente para a cauda da Europa. Estar h\u00e1 20 anos estagnados significa que houve dezenas de milhares de pessoas hoje perto dos 40 anos que entraram no mercado de trabalho, mudaram de emprego, casaram, tiveram filhos quase sem verem uma altera\u00e7\u00e3o decente nos seus rendimentos. Pessoas que viram os seus pais a dar um enorme salto na sua qualidade de vida nos 20 anos anteriores e que n\u00e3o t\u00eam nenhuma perspectiva de dar um salto equivalente. Pessoas que cresceram politicamente a discutir como dividir o bolo porque j\u00e1 n\u00e3o sabem o que \u00e9 v\u00ea-lo a crescer. Mas n\u00f3s sabemos pelos exemplos que v\u00eam de fora que a estagna\u00e7\u00e3o n\u00e3o \u00e9 uma fatalidade. Sabemos que com as pol\u00edticas certas \u00e9 poss\u00edvel tirar Portugal do marasmo. Temos que saber comunicar aos portugueses<\/p>\n<p>Precisamos de reduzir os impostos e a burocracia. Tornar a administra\u00e7\u00e3o p\u00fablica mais transparente e reduzir os cargos de nomea\u00e7\u00e3o pol\u00edtica. Se o fizermos, tornaremos o pa\u00eds mais apetec\u00edvel ao investimento estrangeiro, haver\u00e1 cria\u00e7\u00e3o de emprego e melhores sal\u00e1rios.<\/p>\n<p>Precisamos de descentralizar. De ter uma ideia de descentraliza\u00e7\u00e3o diferente da que t\u00eam os socialistas. Uma descentraliza\u00e7\u00e3o que aproxime o poder das pessoas, em vez de o multiplicar. A direita n\u00e3o devia fazer o mesmo de h\u00e1 20 anos e n\u00e3o apresentar solu\u00e7\u00f5es alternativas \u00e0 vis\u00e3o socialista. Um dia arriscam-se a que a sua base eleitoral que est\u00e1 nas duas regi\u00f5es mais pobres e que mais sofrem com o centralismo, Norte e Centro, se aperceba que foram abandonadas pelos partidos nos quais votam em massa. N\u00f3s, os liberais, n\u00e3o iremos cometer esse erro.<\/p>\n<p>Precisamos de liberdade de escolha, de abrir os servi\u00e7os p\u00fablicos \u00e0 iniciativa privada e de o defender sem medo. Precisamos de uma liberdade de escolha na educa\u00e7\u00e3o para que o estado n\u00e3o possa mais dividir a qualidade de educa\u00e7\u00e3o das crian\u00e7as de acordo com o bairro em que nasceram. Precisamos de liberdade de escolha na sa\u00fade para garantir que os mais pobres t\u00eam acesso aos melhores cuidados de sa\u00fade que o dinheiro dos impostos de todos pode pagar.<\/p>\n<p>Deviam ser estas as causas do espa\u00e7o n\u00e3o socialista, por muito f\u00e1cil e populista que seja ter outras. Por muito emotivo que seja basear toda a pol\u00edtica na no\u00e7\u00e3o de que podemos salvar a civiliza\u00e7\u00e3o ocidental a partir de um pequeno rect\u00e2ngulo da Europa, talvez fosse importante focarmo-nos, em vez disso, em salvar os portugueses dos riscos sociais e econ\u00f3micos de uma estagna\u00e7\u00e3o prolongada com o inverno demogr\u00e1fico \u00e0 porta. Se a direita passar os pr\u00f3ximos 20 anos mais preocupada em limitar liberdades individuais do que a garantir a liberdade econ\u00f3mica, passar\u00e1 mais 20 anos de crise. E o pa\u00eds tamb\u00e9m. 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Foi a direita que no princ\u00edpio deste s\u00e9culo andava a defender a pris\u00e3o de toxicodependentes enquanto o governo ia preparando a maior dose de investimento p\u00fablico improdutivo da hist\u00f3ria.\"<\/strong><\/blockquote>\r\n<blockquote><strong>\"Foi a direita que em 2005 quis cavalgar um rumor, apostando na homofobia do eleitorado, mas tudo o que conseguiu foi dar uma maioria absoluta ao pior primeiro-ministro de que h\u00e1 mem\u00f3ria que alegadamente controlava j\u00e1 a maior rede de corrup\u00e7\u00e3o no espa\u00e7o pol\u00edtico portugu\u00eas.\"<\/strong><\/blockquote>\r\n<blockquote><strong>\"Foi a direita que fez um cavalo de batalha da proibi\u00e7\u00e3o do casamento entre pessoas do mesmo sexo, passou mais de um ano a discuti-la enquanto que um governo alegadamente corrupto tomava conta de bancos, empresas e \u00f3rg\u00e3os de comunica\u00e7\u00e3o social.\"<\/strong><\/blockquote>\r\n<blockquote><strong>\"Foi uma direita que se afirmou defensora dos contribuintes, mas que n\u00e3o hesitou em lan\u00e7ar o maior aumento de impostos de sempre quando, como se veio a provar, ainda havia despesa p\u00fablica para cortar.\"<\/strong><\/blockquote>\r\n<blockquote><strong>\"\u00c9 esta direita que hoje compete o BE para ser a muleta de um governo PS, com as mesmas pessoas que levaram o pa\u00eds \u00e0 fal\u00eancia, tal \u00e9 a fome de poder e rapar um pouquinho do tacho.\"<\/strong><\/blockquote>\r\n<blockquote><strong>\"Foi uma direita que entregou de bandeja a superioridade moral \u00e0 esquerda, que perdeu uma gera\u00e7\u00e3o de jovens com instintos liberais para o Bloco de Esquerda.\"<\/strong><\/blockquote>\r\n<blockquote><strong>\"O espa\u00e7o n\u00e3o socialista n\u00e3o pode voltar a cometer o mesmo erro. N\u00e3o pode entregar de bandeja outra gera\u00e7\u00e3o \u00e0 esquerda. Tem que saber desta vez escolher as causas certas.\"<\/strong><\/blockquote>\r\n<blockquote><strong>\"Se a direita passar os pr\u00f3ximos 20 anos mais preocupada em limitar liberdades individuais do que a garantir a liberdade econ\u00f3mica, passar\u00e1 mais 20 anos de crise. E o pa\u00eds tamb\u00e9m. N\u00f3s, os liberais, n\u00e3o o faremos.\"<\/strong><\/blockquote>\r\nJ\u00e1 vi este movimento ser apresentado de duas formas: como um movimento de uni\u00e3o das direitas e como um movimento de uni\u00e3o do espa\u00e7o n\u00e3o-socialista. Eu prefiro dizer que \u00e9 um movimento do espa\u00e7o n\u00e3o-socialista. Eu, como muitos liberais, n\u00e3o me gosto de afirmar de direita (nem de esquerda, nem de centro, note-se). Pese embora estar certo de que n\u00e3o sou de esquerda, que os meus maiores advers\u00e1rios pol\u00edticos em Portugal est\u00e3o todos \u00e0 esquerda, dificilmente um liberal se sentir\u00e1 confort\u00e1vel em afirmar-se de direita num pa\u00eds que nos habituou a ver a direita como socialista e conservadora. Num pa\u00eds que viu a direita cavalgar de forma permanente as causas erradas, mesmo que tivesse outras certas para defender. Foi a direita que no princ\u00edpio deste s\u00e9culo andava a defender a pris\u00e3o de toxicodependentes enquanto o governo ia preparando a maior dose de investimento p\u00fablico improdutivo da hist\u00f3ria. Foi a direita que em 2005 quis cavalgar um rumor, apostando na homofobia do eleitorado, mas tudo o que conseguiu foi dar uma maioria absoluta ao pior primeiro-ministro de que h\u00e1 mem\u00f3ria que alegadamente controlava j\u00e1 a maior rede de corrup\u00e7\u00e3o no espa\u00e7o pol\u00edtico portugu\u00eas de que h\u00e1 mem\u00f3ria. Foi a direita que fez um cavalo de batalha da proibi\u00e7\u00e3o do casamento entre pessoas do mesmo sexo, passou mais de um ano a discuti-la enquanto que um governo alegadamente corrupto tomava conta de bancos, empresas e \u00f3rg\u00e3os de comunica\u00e7\u00e3o social. Foi uma direita que se afirmou defensora dos contribuintes, mas que n\u00e3o hesitou em lan\u00e7ar o maior aumento de impostos de sempre quando, como se veio a provar, ainda havia despesa p\u00fablica para cortar. \u00c9 esta direita que hoje compete o BE para ser a muleta de um governo PS, com as mesmas pessoas que levaram o pa\u00eds \u00e0 fal\u00eancia, tal \u00e9 a fome de poder e rapar um pouquinho do tacho. Foi uma direita que entregou de bandeja a superioridade moral \u00e0 esquerda, que perdeu uma gera\u00e7\u00e3o de jovens com instintos liberais para o Bloco de Esquerda. Quando um jovem com \u00edmpetos liberais tem 18 anos, n\u00e3o paga impostos nem \u00e9 afectado pela burocracia, exprime o seu desejo de liberdade defendendo as suas liberdades de comportamento. E durante anos viu no Bloco de Esquerda e no PS, os partidos mais iliberais do espectro pol\u00edtico portugu\u00eas, os defensores das suas liberdades. O espa\u00e7o n\u00e3o socialista n\u00e3o pode voltar a cometer o mesmo erro. N\u00e3o pode entregar de bandeja outra gera\u00e7\u00e3o \u00e0 esquerda. Tem que saber desta vez escolher as causas certas. E quais s\u00e3o essas causas?\r\n\r\nEstamos h\u00e1 20 anos estagnados. Caminhamos rapidamente para a cauda da Europa. Estar h\u00e1 20 anos estagnados significa que houve dezenas de milhares de pessoas hoje perto dos 40 anos que entraram no mercado de trabalho, mudaram de emprego, casaram, tiveram filhos quase sem verem uma altera\u00e7\u00e3o decente nos seus rendimentos. Pessoas que viram os seus pais a dar um enorme salto na sua qualidade de vida nos 20 anos anteriores e que n\u00e3o t\u00eam nenhuma perspectiva de dar um salto equivalente. Pessoas que cresceram politicamente a discutir como dividir o bolo porque j\u00e1 n\u00e3o sabem o que \u00e9 v\u00ea-lo a crescer. Mas n\u00f3s sabemos pelos exemplos que v\u00eam de fora que a estagna\u00e7\u00e3o n\u00e3o \u00e9 uma fatalidade. Sabemos que com as pol\u00edticas certas \u00e9 poss\u00edvel tirar Portugal do marasmo. Temos que saber comunicar aos portugueses\r\n\r\nPrecisamos de reduzir os impostos e a burocracia. Tornar a administra\u00e7\u00e3o p\u00fablica mais transparente e reduzir os cargos de nomea\u00e7\u00e3o pol\u00edtica. Se o fizermos, tornaremos o pa\u00eds mais apetec\u00edvel ao investimento estrangeiro, haver\u00e1 cria\u00e7\u00e3o de emprego e melhores sal\u00e1rios.\r\n\r\nPrecisamos de descentralizar. De ter uma ideia de descentraliza\u00e7\u00e3o diferente da que t\u00eam os socialistas. Uma descentraliza\u00e7\u00e3o que aproxime o poder das pessoas, em vez de o multiplicar. A direita n\u00e3o devia fazer o mesmo de h\u00e1 20 anos e n\u00e3o apresentar solu\u00e7\u00f5es alternativas \u00e0 vis\u00e3o socialista. Um dia arriscam-se a que a sua base eleitoral que est\u00e1 nas duas regi\u00f5es mais pobres e que mais sofrem com o centralismo, Norte e Centro, se aperceba que foram abandonadas pelos partidos nos quais votam em massa. N\u00f3s, os liberais, n\u00e3o iremos cometer esse erro.\r\n\r\nPrecisamos de liberdade de escolha, de abrir os servi\u00e7os p\u00fablicos \u00e0 iniciativa privada e de o defender sem medo. Precisamos de uma liberdade de escolha na educa\u00e7\u00e3o para que o estado n\u00e3o possa mais dividir a qualidade de educa\u00e7\u00e3o das crian\u00e7as de acordo com o bairro em que nasceram. Precisamos de liberdade de escolha na sa\u00fade para garantir que os mais pobres t\u00eam acesso aos melhores cuidados de sa\u00fade que o dinheiro dos impostos de todos pode pagar.\r\n\r\nDeviam ser estas as causas do espa\u00e7o n\u00e3o socialista, por muito f\u00e1cil e populista que seja ter outras. Por muito emotivo que seja basear toda a pol\u00edtica na no\u00e7\u00e3o de que podemos salvar a civiliza\u00e7\u00e3o ocidental a partir de um pequeno rect\u00e2ngulo da Europa, talvez fosse importante focarmo-nos, em vez disso, em salvar os portugueses dos riscos sociais e econ\u00f3micos de uma estagna\u00e7\u00e3o prolongada com o inverno demogr\u00e1fico \u00e0 porta. Se a direita passar os pr\u00f3ximos 20 anos mais preocupada em limitar liberdades individuais do que a garantir a liberdade econ\u00f3mica, passar\u00e1 mais 20 anos de crise. E o pa\u00eds tamb\u00e9m. 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