{"id":18234,"date":"2022-01-26T14:15:00","date_gmt":"2022-01-26T14:15:00","guid":{"rendered":"https:\/\/iniciativaliberal.pt\/?post_type=programa2022&p=18234"},"modified":"2022-01-26T14:15:00","modified_gmt":"2022-01-26T14:15:00","slug":"plano-ferroviario-nacional-da-iniciativa-liberal","status":"publish","type":"programa2022","link":"https:\/\/iniciativaliberal.pt\/programa2022\/plano-ferroviario-nacional-da-iniciativa-liberal\/","title":{"rendered":"Plano Ferrovi\u00e1rio Nacional da Iniciativa Liberal"},"content":{"rendered":"\n
OBJETIVOS<\/h2>\n\n\n\n
Ligar todas as capitais de distrito a Lisboa ou Porto, por via ferrovi\u00e1ria, de modo a estarem a, no m\u00e1ximo, duas horas de dist\u00e2ncia \u2013 o que aproximar\u00e1 popula\u00e7\u00f5es e criar\u00e1 novo dinamismo econ\u00f3mico, social, cultural e universit\u00e1rio, gerando oportunidades, oferta de servi\u00e7os e emprego, prosperidade e qualidade de vida;<\/li>
Redu\u00e7\u00e3o da interioridade e assimetrias, e promo\u00e7\u00e3o da coes\u00e3o territorial portuguesa, densificando a disponibiliza\u00e7\u00e3o de infraestruturas ferrovi\u00e1rias capazes de assegurarem a promo\u00e7\u00e3o de oportunidades de forma equitativa ao longo do territ\u00f3rio e de forma ambientalmente respons\u00e1vel;<\/li>
Aumento da competitividade transversalmente ao longo do territ\u00f3rio, reduzindo os custos unit\u00e1rios de transporte para passageiros e mercadorias, com acesso r\u00e1pido de todos os territ\u00f3rios aos maiores portos nacionais e aos maiores centros de servi\u00e7os do pa\u00eds;<\/li>
Acelera\u00e7\u00e3o da trajet\u00f3ria do pa\u00eds de cumprimento das metas de descarboniza\u00e7\u00e3o da mobilidade, atrav\u00e9s de um meio de transporte que al\u00e9m de quase totalmente eletrificado assegura a menor intensidade energ\u00e9tica para mover uma unidade de carga;<\/li><\/ul>\n\n\n\n
PROPOSTA<\/h2>\n\n\n\n
Defini\u00e7\u00e3o e implementa\u00e7\u00e3o de um plano ferrovi\u00e1rio nacional que responda aos objetivos territoriais e ambientais, com horizonte de implementa\u00e7\u00e3o a 15 anos; este plano implicar\u00e1 um investimento anual na ordem dos 0,5% do PIB<\/li>
Cria\u00e7\u00e3o de novos eixos ferrovi\u00e1rios de alta capacidade e desempenho, para aumento de capacidade e desbloqueio de n\u00f3s ferrovi\u00e1rios de fraca performance existentes no pa\u00eds.<\/li>
Corre\u00e7\u00f5es de tra\u00e7ado para vias de fundamental import\u00e2ncia, com substitui\u00e7\u00e3o de tra\u00e7ados atuais, para atualiza\u00e7\u00e3o das condi\u00e7\u00f5es de transporte e opera\u00e7\u00e3o ao longo dos grandes eixos nacionais. Trata-se de aumentar a velocidade de circula\u00e7\u00e3o, aproximar esta\u00e7\u00f5es long\u00ednquas das popula\u00e7\u00f5es que \u00e9 suposto servirem e suavizar rampas para aumentar produtividade do transporte de mercadorias.<\/li>
Desenvolvimento da rede ferrovi\u00e1ria nos eixos de maior satura\u00e7\u00e3o para a dimensionar para responder ao acr\u00e9scimo de procura, com particular \u00eanfase nos locais onde j\u00e1 hoje existem constrangimentos severos ao crescimento da opera\u00e7\u00e3o ferrovi\u00e1ria.<\/li>
Constru\u00e7\u00e3o de eixos ferrovi\u00e1rios em falta, quer para integra\u00e7\u00e3o das capitais de distrito n\u00e3o servidas atualmente, como para densificar a malha em zonas de elevada import\u00e2ncia populacional e econ\u00f3mica.<\/li>
Interven\u00e7\u00f5es em liga\u00e7\u00f5es com Espanha, para aumento de competitividade ou estabelecimento de liga\u00e7\u00f5es ferrovi\u00e1rias<\/li><\/ol>\n\n\n\n
RACIONAL<\/h2>\n\n\n\n
A rede ferrovi\u00e1ria portuguesa conta atualmente com cerca de 2.600 quil\u00f3metros de extens\u00e3o, distante do seu m\u00e1ximo hist\u00f3rico de mais de 3.500 quil\u00f3metros. Globalmente, a rede ferrovi\u00e1ria nacional existente \u00e9 herdada dos planos realizados no s\u00e9culo XIX e in\u00edcio do s\u00e9culo XX, sendo uma das raras redes europeias que n\u00e3o passou por evolu\u00e7\u00f5es importantes no p\u00f3s-2\u00aa Guerra Mundial, onde outros pa\u00edses apostaram quer na reconstru\u00e7\u00e3o de redes destru\u00eddas segundo par\u00e2metros mais modernos, quer na substitui\u00e7\u00e3o de tra\u00e7ados originais por outros de caracter\u00edsticas mais atualizadas, permitindo velocidades de circula\u00e7\u00e3o mais elevadas, com rampas mais moderadas e passando junto \u00e0s localidades mais significativas que ainda n\u00e3o estivessem servidas por ferrovia.<\/li>
O principal eixo ferrovi\u00e1rio do pa\u00eds, ligando Lisboa ao Porto, sofre h\u00e1 d\u00e9cadas de d\u00e9fice de capacidade, impactando os tempos de viagem ao longo deste eixo (onde se concentra cerca de metade da popula\u00e7\u00e3o nacional), cujos servi\u00e7os mais r\u00e1pidos continuam no patamar das tr\u00eas horas, alcan\u00e7ado pela primeira vez em 1981. Ao mesmo tempo, os tr\u00e1fegos mais lentos \u2013 onde se contam os comboios suburbanos, regionais e de mercadorias \u2013 t\u00eam a sua oferta fortemente restringida pela falta de capacidade das vias, sendo particularmente dif\u00edcil obter hor\u00e1rios vi\u00e1veis adicionais nas horas de ponta;<\/li>
As \u00e1reas metropolitanas principais \u2013 onde a altera\u00e7\u00e3o de reparti\u00e7\u00e3o modal entre autom\u00f3veis e transportes p\u00fablicos tem mais impacto na redu\u00e7\u00e3o da pegada energ\u00e9tica do pa\u00eds \u2013 mant\u00eam fundamentalmente a sua rede pesada como em meados do s\u00e9culo XX, apesar de, desde ent\u00e3o, se ter assistido a um crescimento exponencial dos sub\u00farbios. Na \u00e1rea metropolitana de Lisboa \u00e9 poss\u00edvel encontrar corredores de grande mobilidade sem alternativas vi\u00e1veis e r\u00e1pidas para chegar a Lisboa, como o caso dos concelhos de Odivelas, Loures, Mafra ou Malveira. No Porto, a expans\u00e3o do Metro do Porto aos sub\u00farbios foi feita por direta substitui\u00e7\u00e3o de ferrovia pesada (P\u00f3voa de Varzim) e h\u00e1 grandes \u00e1reas de expans\u00e3o populacional sem ferrovia ou sem ferrovia adequada, casos do vale do Sousa ou do eixo Gaia \u2013 Carvalhos \u2013 Oliveira de Azem\u00e9is;<\/li>
Subsistem fortes condicionantes ao transporte de m\u00e9dia e longa dist\u00e2ncia no pa\u00eds, com particular destaque para o atravessamento do Rio Tejo \u2013 dependente ou da fr\u00e1gil e saturada liga\u00e7\u00e3o via ponte 25 de Abril, ou do atravessamento distante no Setil, junto ao Cartaxo \u2013 e para o acesso \u00e0 principal fronteira com Espanha, em Vilar Formoso;<\/li>
\u00c1reas de grande dinamismo industrial carecem de vias de elevada performance e de plataformas de rebatimento para transporte rodovi\u00e1ria de curta dist\u00e2ncia, podendo aqui ser mencionadas as restri\u00e7\u00f5es importantes que a linha de Sines coloca ao desenvolvimento do porto de Sines e respetiva \u00e1rea industrial, ou \u00e0 falta de solu\u00e7\u00f5es competitivas na regi\u00e3o Norte, dependente fundamentalmente de uma linha do Minho de fraca capacidade e com um tra\u00e7ado de geometria pouco favor\u00e1vel;<\/li>
Existem seis capitais de distrito com servi\u00e7o ferrovi\u00e1rio de fraqu\u00edssima qualidade ou mesmo inexistente. No primeiro lote, Beja, Leiria e Portalegre, no segundo Viseu, Vila Real e Bragan\u00e7a. O caso de Viseu \u00e9 particularmente relevante, dado tratar-se da maior cidade europeia sem caminho de ferro. Al\u00e9m do mais, existem outras capitais de distrito que, por via ferrovi\u00e1ria, est\u00e3o ligadas a Porto ou Lisboa num tempo de viagem que \u00e9 20 a 50% mais elevado do que a alternativa rodovi\u00e1ria, quando devia ser significativamente inferior a essa alternativa: Braga, Castelo Branco, Faro e Guarda.<\/li>
Portugal \u00e9 um caso de sucesso no transporte ferrovi\u00e1rio de mercadorias, com conhecimento operacional e capacidade comercial instalada nas duas empresas ferrovi\u00e1rias de mercadorias em opera\u00e7\u00e3o (Medway e Takargo), que colocam Portugal acima da m\u00e9dia europeia na quota modal neste particular: 14% do total de mercadorias transportadas em Portugal s\u00e3o por via ferrovi\u00e1ria. J\u00e1 no transporte internacional, essa quota desce para 3%, apesar de Espanha ser o principal parceiro comercial do pa\u00eds e das duas redes estarem estabelecidas com igual bitola (dist\u00e2ncia entre carris), o que n\u00e3o obriga a rotura de cargas. Um dos fatores \u00e9 a atomiza\u00e7\u00e3o do transporte de mercadorias por parte do sector exportador, onde o baixo volume favorece o cami\u00e3o nas longas dist\u00e2ncias. A solu\u00e7\u00e3o promovida na Europa para compatibilizar a flexibilidade do cami\u00e3o com a efici\u00eancia do modo ferrovi\u00e1rio \u00e9 a da opera\u00e7\u00e3o das chamadas \u201cautoestradas ferrovi\u00e1rias\u201d, onde os cami\u00f5es inteiros ou apenas os seus semirreboques s\u00e3o colocados em comboios que percorrem habitualmente os eixos onde a maioria das desloca\u00e7\u00f5es entroncam. A rede nacional n\u00e3o est\u00e1 preparada para este tipo de opera\u00e7\u00e3o, por falta de plataformas de carga e descarga deste tipo de comboios, al\u00e9m de que a fr\u00e1gil performance dos eixos internacionais \u00e9 um entrave \u00e0 competitividade desta solu\u00e7\u00e3o;<\/li><\/ol>\n\n\n\n
QUANTIFICA\u00c7\u00c3O<\/h2>\n\n\n\n
O investimento total estimado para a rede ferrovi\u00e1ria que a Iniciativa Liberal preconiza, partindo da rede atual, \u00e9 de 20 mil milh\u00f5es de Euros, a 15 anos, dos quais 9.000 milh\u00f5es de Euros seriam financiados diretamente pelo Or\u00e7amento de Estado, um esfor\u00e7o m\u00e9dio inferior a 0,5% do PIB ao longo deste per\u00edodo. O restante \u00e9 financiado atrav\u00e9s de fundos europeus destinados ao efeito e que Portugal, contrariamente a Espanha, tem aproveitado de forma muito insatisfat\u00f3ria. Velocidades pratic\u00e1veis e n\u00famero de vias (extens\u00e3o de kms), resultante da nossa proposta:<\/p>\n\n\n\n