{"id":18336,"date":"2022-01-26T13:17:41","date_gmt":"2022-01-26T13:17:41","guid":{"rendered":"https:\/\/iniciativaliberal.pt\/?post_type=programa2022&p=18336"},"modified":"2022-01-26T13:17:41","modified_gmt":"2022-01-26T13:17:41","slug":"melhorar-a-regulacao-bancaria","status":"publish","type":"programa2022","link":"https:\/\/iniciativaliberal.pt\/programa2022\/melhorar-a-regulacao-bancaria\/","title":{"rendered":"Melhorar a regula\u00e7\u00e3o banc\u00e1ria"},"content":{"rendered":"\n
A regula\u00e7\u00e3o banc\u00e1ria permite que as entidades que interv\u00eam no setor banc\u00e1rio ajam de acordo com a preserva\u00e7\u00e3o da estabilidade do sistema financeiro e tendo uma aten\u00e7\u00e3o adequada os interesses dos seus depositantes, credores e outros clientes.<\/p>\n\n\n\n
As press\u00f5es concorrenciais tenderiam a levar as entidades banc\u00e1rias a agir de forma nem sempre consonante com a prossecu\u00e7\u00e3o destes interesses, em detrimento do funcionamento regular e resiliente do sistema financeiro.<\/p>\n\n\n\n
Al\u00e9m da multa que o Estado portugu\u00eas poder\u00e1 pagar por atraso na transposi\u00e7\u00e3o das diretivas em causa, estas introduzem importantes novidades na regula\u00e7\u00e3o banc\u00e1ria a n\u00edvel europeu, que urge transpor para o ordenamento jur\u00eddico portugu\u00eas, integrado que est\u00e1 no mercado \u00fanico europeu, inclusive na Uni\u00e3o Banc\u00e1ria.<\/p>\n\n\n\n
\u00c9 essencial introduzir maior proporcionalidade no regime aplic\u00e1vel \u00e0s remunera\u00e7\u00f5es, atualmente muito r\u00edgido e pouco adequado a entidades e a remunera\u00e7\u00f5es de menor dimens\u00e3o, assegurar harmoniza\u00e7\u00e3o efetiva ao n\u00edvel das medidas macroprudenciais harmonizadas, e assegurar que o regime de resolu\u00e7\u00e3o se encontra plenamente harmonizado, tendo em aten\u00e7\u00e3o a necessidade de manuten\u00e7\u00e3o de level playing field regulat\u00f3rio e de planeamento adequado das resolu\u00e7\u00f5es em Portugal.<\/p>\n\n\n\n
O regime macroprudencial n\u00e3o harmonizado permite criar instrumentos de pol\u00edtica macroprudencial especificamente desenhados tendo em conta as necessidades idiossincr\u00e1ticas do sistema financeiro portugu\u00eas, incluindo, em especial, as suas din\u00e2micas espec\u00edficas, que poder\u00e3o gerar riscos espec\u00edficos, n\u00e3o plenamente mitig\u00e1veis (pelo menos de forma proporcional) atrav\u00e9s das medidas harmonizadas.<\/p>\n\n\n\n
A cultura traduz os valores da institui\u00e7\u00e3o, que devem estar alinhados com uma gest\u00e3o s\u00e3 e prudente da mesma. As institui\u00e7\u00f5es devem ter preocupa\u00e7\u00f5es a este n\u00edvel e o supervisor deve ter capacidade de interven\u00e7\u00e3o robusta quanto ao mesmo, no sentido de promover uma maior preocupa\u00e7\u00e3o com estas mat\u00e9rias, e a gest\u00e3o s\u00e3 e prudente efetiva das institui\u00e7\u00f5es.<\/p>\n\n\n\n
Os sistemas de governo e de gest\u00e3o de riscos e controlo interno desempenham um papel crucial na identifica\u00e7\u00e3o, preven\u00e7\u00e3o e mitiga\u00e7\u00e3o de riscos. Falhas a este n\u00edvel foram uma das causas mais importantes da mais recente crise financeira, e importa assegurar que a regula\u00e7\u00e3o a este n\u00edvel se encontra adequadamente tratada ao n\u00edvel da lei banc\u00e1ria, em linha com as melhores pr\u00e1ticas internacionais regulat\u00f3rias neste dom\u00ednio.<\/p>\n\n\n\n
As transa\u00e7\u00f5es com partes relacionadas e os conflitos de interesses, em geral, s\u00e3o importantes fontes de risco para as institui\u00e7\u00f5es. As mesmas ser\u00e3o tentadas a beneficiar interesses estranhos aos interesses que devem proteger, devido \u00e0 proximidade de certas entidades, com dano para a sua pr\u00f3pria solidez financeira, para os interesses dos seus clientes, e, sendo esse comportamento generalizado ou adotado por entidades sist\u00e9micas, para a estabilidade financeira. \u00c9 essencial que as regras aplic\u00e1veis a esta mat\u00e9ria sejam robustas e mitiguem adequadamente os riscos em causa.<\/p>\n\n\n\n
O exerc\u00edcio de atividades em ordenamentos offshore traz riscos relevantes paras as institui\u00e7\u00f5es e pode criar entraves relevantes para o supervisor. \u00c9 essencial assegurar que as institui\u00e7\u00f5es mitigam adequadamente os riscos inerentes a esta atividade, assegurando que t\u00eam acesso a toda a informa\u00e7\u00e3o relevante (e que a podem transmitir aos supervisores) e que as entidades que estabelecem no ordenamento do pa\u00eds terceiro n\u00e3o se transformam em sorvedouros de capital ou liquidez, ou fontes de risco de branqueamento de capitais ou financiamento do terrorismo.<\/p>\n\n\n\n
As entidades com origem em ordenamentos jur\u00eddicos de pa\u00edses terceiros poder\u00e3o n\u00e3o se encontrar sujeitas a regula\u00e7\u00e3o equivalente \u00e0 regula\u00e7\u00e3o banc\u00e1ria europeia, o que cria desn\u00edvel concorrencial e traz risco para o mercado banc\u00e1rio portugu\u00eas e europeu. Por outro lado, poder\u00e1 n\u00e3o existir informa\u00e7\u00e3o adequada sobre a casa-m\u00e3e ou capacidade para haver coopera\u00e7\u00e3o efetiva com o supervisor do pa\u00eds terceiro, o que gera risco que deve ser mitigado.<\/p>\n\n\n\n
O supervisor apenas pode agir com base na informa\u00e7\u00e3o de que disp\u00f5e. Assegurar acesso tempestivo a informa\u00e7\u00e3o adequada por parte do supervisor \u00e9 essencial para que este possa exercer de forma cabal as suas fun\u00e7\u00f5es.<\/p>\n\n\n\n
A cria\u00e7\u00e3o de um diploma \u00fanico facilita encontrar a disposi\u00e7\u00e3o relevante aplic\u00e1vel a cada mat\u00e9ria, podendo tamb\u00e9m ajudar a depurar regula\u00e7\u00e3o que se encontra dispersa. Constitui tamb\u00e9m uma oportunidade para criar uma nova sistem\u00e1tica, que substitua a ultrapassada sistem\u00e1tica da legisla\u00e7\u00e3o atual, que facilite a interpreta\u00e7\u00e3o e aplica\u00e7\u00e3o da lei banc\u00e1ria.<\/p>\n\n\n\n
As mat\u00e9rias de liquida\u00e7\u00e3o e resolu\u00e7\u00e3o s\u00e3o suficientemente aut\u00f3nomas das demais para se justificar a cria\u00e7\u00e3o de um diploma pr\u00f3prio. A conjuga\u00e7\u00e3o das mat\u00e9rias de liquida\u00e7\u00e3o e resolu\u00e7\u00e3o com as demais mat\u00e9rias ligadas \u00e0 atividade banc\u00e1ria, gera tamb\u00e9m um diploma muito mais extenso e complexo.<\/p>\n\n\n\n
O regime liquida\u00e7\u00e3o banc\u00e1ria divide-se num regime pr\u00e9-judicial e num regime judicial, sendo necess\u00e1rio assegurar que os mesmos permitem uma liquida\u00e7\u00e3o c\u00e9lere, que permita salvaguardar o m\u00e1ximo de valor da institui\u00e7\u00e3o, para ressarcimento dos respetivos credores, tendo em conta as especificidades do mercado banc\u00e1rio.<\/p>\n\n\n\n
A preven\u00e7\u00e3o do branqueamento de capitais e o combate ao financiamento do terrorismo devem ser prioridades. A harmoniza\u00e7\u00e3o r\u00e1pida a n\u00edvel europeu permite evitar desn\u00edveis concorrenciais e manter um n\u00edvel regulat\u00f3rio elevado quanto a estas mat\u00e9rias, mitigando o risco de o sistema banc\u00e1rio portugu\u00eas ser utilizado para estes prop\u00f3sitos criminosos e aumentando assim a confian\u00e7a no mesmo.<\/p>\n\n\n\n
A cria\u00e7\u00e3o de um tipo \u00fanico de sociedade financeira simplifica o regime aplic\u00e1vel a estas entidades, sendo necess\u00e1rio tamb\u00e9m assegurar que as mesmas, que n\u00e3o captam dep\u00f3sitos, devem ser reguladas de forma a mitigar os riscos especificamente decorrentes da sua atividade (sem criar, no entanto, desn\u00edvel regulat\u00f3rio excessivo face \u00e0s institui\u00e7\u00f5es de cr\u00e9dito, dado que ambas concedem cr\u00e9dito).<\/p>\n\n\n\n
N\u00e3o se justifica a limita\u00e7\u00e3o das cooperativas de cr\u00e9dito ao setor prim\u00e1rio da economia, que poder\u00e1 colocar entraves relevantes ao desenvolvimento deste setor. As cooperativas de cr\u00e9dito devem ser reguladas enquanto tal e n\u00e3o apenas enquanto cooperativas que auxiliam no financiamento do setor prim\u00e1rio da economia. Por outro lado, o regime deve ser atualizado e revisto, face aos desenvolvimentos no mercado banc\u00e1rio e ao n\u00edvel regulat\u00f3rio (p. ex. o novo C\u00f3digo Cooperativo de 2015).<\/p>\n\n\n\n
As fintech s\u00e3o entidades financeiras cujo modelo de neg\u00f3cio assenta na explora\u00e7\u00e3o de uma determinada tecnologia digital financeira. \u00c9 importante assegurar que os novos modelos de neg\u00f3cio possam trazer os seus benef\u00edcios ao setor financeiro, mas que o mesmo esteja preparado para lidar adequadamente com os seus riscos.<\/p>\n\n\n\n
As grandes empresas tecnol\u00f3gicas, como a Google, a Meta, t\u00eam j\u00e1 acesso a dados muito pormenorizados sobre milh\u00f5es de pessoas, que facilmente poder\u00e3o explorar ao transitarem para o setor financeiro. Importa assegurar que a cria\u00e7\u00e3o destes novos conglomerados n\u00e3o cria entraves \u00e0 concorr\u00eancia, salvaguarda adequadamente os dados pessoais, e n\u00e3o gera disrup\u00e7\u00f5es e novos riscos relevantes no setor financeiro.<\/p>\n","protected":false},"menu_order":3,"template":"","topic_programme":[202],"acf":[],"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/iniciativaliberal.pt\/wp-json\/wp\/v2\/programa2022\/18336"}],"collection":[{"href":"https:\/\/iniciativaliberal.pt\/wp-json\/wp\/v2\/programa2022"}],"about":[{"href":"https:\/\/iniciativaliberal.pt\/wp-json\/wp\/v2\/types\/programa2022"}],"version-history":[{"count":2,"href":"https:\/\/iniciativaliberal.pt\/wp-json\/wp\/v2\/programa2022\/18336\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":18588,"href":"https:\/\/iniciativaliberal.pt\/wp-json\/wp\/v2\/programa2022\/18336\/revisions\/18588"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/iniciativaliberal.pt\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=18336"}],"wp:term":[{"taxonomy":"topic_programme","embeddable":true,"href":"https:\/\/iniciativaliberal.pt\/wp-json\/wp\/v2\/topic_programme?post=18336"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}